Um caso.. Por acaso. Parte Final.

13 de julho de 2010 9 desenganos expressados (comentários)

O frio em minha barriga aumentou ao sentir seus lábios junto dos meus. Não cheguei a citar a aparência de Henry, mas ele era incrivelmente atraente, seus olhos, mesmo que fundos, transpassavam segurança, sua pele, clara combinava com seus cabelos grandes e lisos, da cor castanha, era alto, tinha um sorriso encantador e todos observavam isso nele. E o que eu tinha? Tudo aquilo, nas minhas mãos, tremulas. Não demorou e o momento se tornou nostálgico.
Senti seus lábios se afastarem dos meus e logo o vi me encarando, o que me fez ficar ainda mais nervoso, parecia que ele olhava por dentro de mim, e eu não me sentia confortável com tudo aquilo, estava estranho e eu ainda não sabia o que eu queria pra mim. Meus pensamentos, foram interrompidos.

_ Me desculpe. - o ouvi com a voz tremula, meu corpo ainda se encontrava deitado sobre a cama, quis levantar, mas não consegui, ele não me segurou, mas eu estava paralisado, simplesmente não conseguia fazer nada.
_ Não há porque se desculpar, eu te entendo.
_ Me entende? - Eu realmente não sabia o que eu respondi, desviei meus olhos dos olhos dele e me vi ainda mais confuso, eu disse o certo, eu o entendia, mas não queria expressar assim, sentia que ele me interpretaria de forma errada, mas mantive o que tinha dito antes.
_ Sim, eu te entendo, e não precisa tentar se explicar mais. - e foi nesse momento que o silencio dominou o ambiente, um nó em minha garganta se formou e o vi se afastando e subindo sobre a cama, deitando sobre a mesma e me chamando.

Fiquei sem saber o que fazer, porque me deitaria com ele? Tudo bem, iria apenas me deitar, nada alem do que me deitar com um amigo, um amigo que dei um selinho e disse entender a respeito de seu sentimento e opção sexual. Me levantei da cama e o olhei, dei um leve sorriso e tirei meus sapatos me ajoelhando sobre a cama e indo na direção de Henry, me deixei levar, me deitei do seu lado e fiquei ainda em silencio. Não demorou e vi seu braço contornando meu corpo, e logo olhei pra ele enquanto ele me puxava pra junto dele, acabei deitado sobre o peitoral de Henry, e foi nesse instante que meu mundo rodou.


"Setembro de 1997


Tinha 09 anos, havia 3 anos que já frequentava a escola, aula de educação física, jogando futebol, eu e todos os meus amigos, final da aula, vestiário, banho, todos os meninos se aprontando pra próxima aula, meu olhar se desvia do foco que era minha mochila, vejo o corpo de Chuck, um colega da época, sinto meu corpo se estremecer, estava atraído.

Outubro de 2002

14 anos, minha primeira namorada, em sua casa, numa noite de sábado, assistindo a um filme, preciso ir ao banheiro, andando pelos corredores passo por uma porta aberta, era o quarto de Erick, irmão mais velho de minha namorada, ele malhava, desvio meu olhar de meu foco, o corredor e o banheiro, meu corpo se estremece, me sentia atraído.

Abril de 2004

16 anos, perdi minha virgindade, foi com aquela primeira namorada, nenhum problema, tranquilo, não houve nenhuma reação adversa, não "brochei", o que sentia antes era atracão? Ou apenas ainda não tinha descobrido meu corpo e sentia curiosidade em saber como era o corpo de meninos mais desenvolvidos que eu?

2005, 2006, 2007, 2008

De 17 até meus 20 anos. Vida completamente normal, melhores anos da minha vida até o momento, nenhuma curiosidade, me envolvi somente com meninas, vida sexual ativa e tudo corria bem. Não me vi atraído por mais nenhum garoto, estava certo, por ainda não conhecer meu corpo desenvolvido, tinha curiosidade de saber como era o corpo de garotos com maior idade que eu, ou com o corpo com físico mais avançado.

2009


Tão ligado aos estudos me desliguei de toda minha vida cogitada como "perfeita", me dedicava ao meu futuro, queria saber do meu lado profissional, meu lado adulto foi despertado. Me aquietei, e comecei a rotina que vocês conhecem. A cafeteria, meu café, meus estudos, minha cama. Em resumo, minha manhã, minha tarde, minha noite, meu descanso. Não namorava mais, e não tinha relações com praticamente ninguém, tinha me tornado ali, o anti-social que vocês conheceram. Por fim...

2010

Meu corpo junto do dele, eu me deitava sobre seu peitoral e minha ficha caiu, meus anos mais bem vividos não foram tão bem vividos assim, eu não queria estar mexendo naquela mochila, eu queria estar junto ao Chuck, o garoto pelo qual me atrai. Eu não queria estar assistindo aquele filme da noite de sábado, eu queria estar no quarto, com o irmão dela, mesmo que seja malhando, aquilo seria mais divertido e atrativo. Na cafeteria, na festa, eu não queria ter dormido na cama de Henry com aquela mulher que dançava e rebolava para mim, eu queria estar na cama de Henry, com Henry."

Voltei a realidade, ainda deitado sobre seu peitoral, fui "acordado" por ele mesmo.

_ Andrew, Andrew, o que ta acontecendo, me escuta, Andrew? - o ouvi e assustado o olhei novamente em seus olhos.
_ Desculpa, viajei Henry. - mal terminei o que dizia e fui interrompido.
_ Não Andrew, não precisa pedir desculpas, eu sei que eu.. - minha vez de interromper Henry.

Coloquei meu dedo indicador sobre seus lábios o calando, como ele fez comigo uma vez, ao mesmo tempo me apoiei em seu corpo e sussurrei com tranquilidade sem tirar meus olhos dos dele.

_ Obrigado por me acordar pra vida. - disse e logo de imediato vi seu rosto se converter em expressões confusas.

Segurei seu rosto com tranquilidade, encaixei meus lábios nos dele e os trouxe pra mim, o envolvendo com calma, iniciando um beijo lento, carinhoso e totalmente apaixonado. Sua língua passava sobre a minha de forma inexplicável, eu nunca tinha sentido um beijo tão envolvente, eu nunca tinha sentido um corpo tão quente. Da cafeteria para a festa, da festa pra cama, e por acaso, tenho um caso, e por esse caso, tenho uma história. Dessa história, uma vida. Agora sim, VIDA.

Primeiro conto - Finalizado.
Espero que gostem!


Meus queridos leitores, quero relembrar que todo o conto é totalmente fictício e obra da minha imaginação, cada passo de toda a história não se assimila a minha vida pessoal e não é sequer semelhante a vida pessoal de qualquer pessoa que eu conheço. Obrigado a todos.
Espero comentários, dicas e críticas.



Por: Fábio Lucas (@Stuuzin)

9 desenganos expressados (comentários):

  • Anônimo disse...

    ÓTIMO, belíssima história, parabéns, muito inteligente, e o melhor foi que terminou com um Final Feliz, adorei!

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